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#AvanteOficina

Por: Rodrigo
imagem de: rejanesanolli.wordpress.com 

Eu te amo ou eu Me amo? O que significa a palavra "amor" para cada um de nós? Digo "te amo" e tento te fazer feliz ou digo "te amo" porque você Me faz feliz? Amar, na minha opinião, seria grosso modo a capacidade de desejar a alegria e bem estar do ser amado pelo que ele é simplesmente, e sem esperar retorno; em outras palavras, amar é comprometer-se com a felicidade do outro. Uma linha tênue, muito tênue, divide o amor do puro egoísmo.

É fato comprovado pela nossa experiência vital, que nascemos com um anseio profundo de amar e sermos amados, porém, o medo da não correspondência do nosso amor, a preocupação de ficarmos sozinhos ou esquecidos, faz com que a nossa
necessidade de sermos amados se sobreponha - e muito - à necessidade de amar. Os consultórios de Psicologia cada vez mais cheios de pessoas que sofrem frequentes desilusões amorosas servem como sinalizadores de que desaprendemos a viver o amor na prática. Queremos ser amados e, inclusive quando amamos, o fazemos visando ao retorno. Não que sejamos interesseiros, gostamos de verdade das pessoas, porém, na grande maioria dos casos, gostamos das pessoas pelo que proporcionam para nós e não pelo que elas são de verdade.

Enquanto a pessoa nos faz bem, quer o nosso bem, é fiel e não nos “torra a paciência” nós a “amamos”, mas quando chega o momento em que o relacionamento (seja ele de amizade, entre irmãos, pais e filhos, ou de namorados/esposos) exige de nós renúncia, sacrifício, o nosso perdão, ou qualquer outra circunstância em que é necessário sairmos de nós mesmos e darmos ao outro o nosso melhor, aí o “amor” acaba. Sábio foi o mestre Chesterton ao dizer que nenhuma virtude há em amar aquilo que é amável, o amor verdadeiro consiste em amar aquilo que não é digno do nosso amor.

É fácil, ridiculamente fácil, "amar" quem só nos faz bem. Um animal faz isso. Agora... A capacidade de fazer bem sem esperar retorno é o grande desafio!

Acreditamos amar, e não aceitamos que discordem de nós.
Acreditamos amar, porém não pensamos nas consequências de nossas atitudes.
Acreditamos amar, mas não queremos dar satisfações.
Acreditamos amar, contudo achamos que se corrigirmos o outro perderemos o seu amor e por isso nos omitimos.
Acreditamos amar, entretanto traímos nosso amor.

Aprendemos a amar as pessoas como se fossem coisas e talvez seja esse o grande “câncer” dos nossos relacionamentos no século XXI. O sociólogo Baumann escreve uma série de livros sobre os relacionamentos líquidos, que consistem justamente em uma transitoriedade de amores; quem nós amamos hoje, amanhã nós ignoramos ao ver na rua. A pessoa na qual depositamos a nossa expectativa de felicidade hoje, amanhã é um mero desconhecido de quem nem queremos ouvir falar. Dizer “eu te amo” se tornou “bom dia” e o comprometimento com a felicidade do outro se tornou uma raridade mais valiosa que ouro.

O resultado disso é claro e evidente: somos infelizes. Uma das raízes dessa infelicidade contemporânea é certamente o egoísmo, sentimento este que em nenhum momento da história em diferentes povos do mundo foi valorizado, porém sempre esteve infiltrado em causas políticas, religiosas, sociais e principalmente afetivas. Entretanto, é dificílimo diagnosticarmos o mal quando ele está em nós. Há uma frase que diz: “O pior discípulo é aquele que tem a si mesmo como mestre”, e é exatamente essa a circunstância que o egoísmo configura - tornamo-nos discípulos de nós mesmos e difícilmente conseguiremos apontar erros na conduta do nosso dito “mestre”.

A cura? Só existe quando aquele amor, aquele que quase morto, imerso em orgulho, consegue um lampejo de lucidez e deseja recuperar-se. Ele pede perdão. Ele se alimenta da humildade. O amor verdadeiro é humilde, manso, é pacífico. E só a humildade o faz ressurgir novamente. E então... A pessoa para de ter pena de si. Tira o foco de si própria e o joga sobre quem diz amar. E, restaurado seu equilibrio, ama.

O desejo sincero de perdão não se reflete em palavras. Ele mora na mudança de atitude. Sim... É mais duro. E se se deseja sinceramente perdão e voltar a amar sinceramente, tem-se que estar disposto ao sacrifício. Pode-se pedir perdão. Pode-se dar o perdão. Mas não se reconstroi com palavras o que foi destruido por atos. Será preciso passos. E não somente passos de palavras. Mas de mudanças de atitude. E de humildade. De amor.

Rodrigo Moco
Psicólogo / Oficina de Valores

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