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#AvanteOficina

Por: Fernanda Gonzalez
Este texto vai tratar de um tema que é inédito no blog. Aliás, de forma geral é pouco discutido nos meios cristãos, pois parece um tema de segunda importância. Diante de preocupações como praticar a caridade, conversão diária, formação pessoal, dar atenção aos mais necessitados, ajudar as pessoas a encontrar um sentido para a vida...
Por que eu daria atenção ao meio ambiente?

Primeiramente, não vim convencer ninguém que esse problema merece esse nível de importância, porque eu mesma estou convencida de que não merece. O objetivo desse texto, antes disso, é mostrar que o meio ambiente tem importância sim, mas tem justamente porque todos os temas discutidos nessa esfera convergem para o ser humano.

Muitas vezes, quando falamos de meio ambiente, a imagem que criamos é a de uma floresta que está bem distante de nós. Mas na verdade, meio ambiente também é o lugar que vivemos. Meio ambiente também somos nós. Dessa forma, agredi-lo não significa apenas derrubar árvores e extinguir espécies (o que já seria um preço bem alto a se pagar pela ganancia...); significa também agredir o próprio homem.

Provavelmente nós já escutamos como a destruição ao meio ambiente pode ser impactante para as gerações futuras; não é preciso, entretanto, ir tão longe no tempo para ver esses impactos. Trago três exemplos para ilustrar este ponto.

Como primeiro exemplo, podemos falar sobre o caso da Ilha de Tuvalu, um Estado da Polinésia, no Oceano Pacífico. A ilha é praticamente plana, em seus 26 km², e um aumento no nível do mar tornou inviável a permanência dos 11 mil habitantes da ilha, que depois foram assentados na Nova Zelândia. Em 2007 a ONU chamou essa população de “os primeiros refugiados ambientais”.

Um pouco mais próximo de nós, em Duque de Caxias, há um bairro chamado cidade dos meninos, que, por um breve período da década de 60, comportou uma fábrica de pesticidas. Nos anos 90, foi descoberto que um pó vendido nas feiras livres de duque de Caxias para matar formigas, pulgões e até mesmo piolhos era na verdade um material altamente cancerígeno, que a população local encontrou na antiga fábrica. A população do local permanece apresentando índices de câncer mais altos do que a média do estado, e muitos moradores afirmam não conseguir emprego, pois o empregador está ciente do alto gasto que pode vir a ter com sua saúde.

Um último exemplo diz respeito à ocupação urbana. Cálculos bem conhecidos (e bastante utilizados) podem prever até que nível chega uma tempestade tão rigorosa que ocorre a cada 10, 20 anos. E na área que apresenta risco de inundação, em boa parte dos casos, deve ser extremamente proibida a permanência de pessoas. Estas áreas são classificadas pelas secretarias de meio ambiente como non aedificanti. Por que, então, nos últimos cinco anos nós vimos duas enchentes no vale do Cuiabá, em Itaipava, destruírem casas que permaneceram lá legalmente?

Tenho certeza que você, leitor do blog, é bem convencido do valor que tem o ser humano. E o valorizar a vida, assim como amar alguém, ou acreditar em alguma coisa exige de nós mais do que um sentimento, exige ação. Se eu gosto de alguém ou acredito em alguma coisa, mas não me empenho para converter isso em obras, me sobra muito pouco.

Reconhecer a importância do homem, falar em defesa da vida, é extremamente importante em uma sociedade em que isso não está mais tão obvio. Mas ainda é necessário que o valor que damos ao ser humano seja mais do que um valor abstrato, mas que nos leve a lutar para que cada ser humano tenha reconhecida a dignidade que lhe cabe. Ora, dar condições físicas para um homem viver não seria uma das formas mais concreta de valorizá-lo? E esse caminho começa justamente por conhecer, por saber o que está acontecendo no planeta, no Brasil, na minha cidade.

Por isso, a quem queira bem ao ser humano, e não se interesse nem um pouco pelo meio ambiente, desconfio que esse amor esteja abstrato demais...

Sei que é comum as pessoas enxergarem essa questão como algo que pede sacrifícios em troca de resultados que não se vê. Mas será que ver os resultados deve ser o mais importante? Bom, isso é tema para outra conversa...

Arrisco-me, agora, a fazer uma afirmação pela qual tenho certeza que em alguns lugares seria (e talvez seja) criticada. Uma afirmação pela qual já me foram descontados alguns pontos em um trabalho na faculdade... O meio ambiente é um tema importante e deve ser discutido porque no centro de sua preservação está o respeito pela espécie humana. É muito nobre ter zelo pela natureza, ter respeito pelo planeta e pelos outros seres vivos... Mas nada disso se compara ao valor que tem sozinha uma única vida humana.

Não acho que esse assunto ainda seja tão pouco tocado por falta de pessoas empenhadas, mas por falta de sensibilização da maior parte das pessoas. O objetivo desse texto é simplesmente convidar você a olhar o meio ambiente como uma responsabilidade sua, e uma oportunidade de fazer o bem para muita gente.

Por fim, ilustro essa discussão com uma frase famosa (e já bem batida) do Greenpeace, que diz: “Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come”. 


Fernanda Gonzalez
Estudante de Engenharia Ambiental - UFRJ - Oficina de Valores

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